quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Rotina

   Essa palavra tomou má reputação nos últimos tempos, é normal você ouvir que alguém terminou o casamento por causa da rotina, ou que a pessoa entrou em depressão por causa da rotina. Mas estou aqui em sua defesa! Sempre fui adepta de horários regulares para fazer as coisas, mas só após as crianças nascerem que realmente comecei dar valor à rotina.
   E quando digo crianças, é porque com o nascimento de minha segunda filha Isabella, precisei mais do que nunca priorizar as coisas e deixá-las em seu devido lugar, como medida de prevenção contra a loucura. Quando temos duas crianças, não podemos nos dar ao luxo de modificar muito as coisas todos os dias, senão corremos o risco de não fazer nada, apenas correr atrás das crianças, que ficarão sem saber o que está acontecendo. Para elas também é muito importante saber o que vem depois, isso lhes dá segurança.
   Estamos acostumados a ser “gente grande” faz tempo, e a tomar decisões sobre o melhor horário para comer, tomar banho ou dormir. Isso já é para nós algo que fazemos sem esforço, ou até mesmo sem pensar muito a respeito, temos coisas mais importantes para pensar. Mas imaginem para um pequenino que está a se adaptar com tudo à sua volta, e cada vez as coisas se apresentam de uma forma ou em um horário diferente? Isso faz com que o pequeno não chegue a ter domínio sobre sua vida, mesmo que o domínio seja apenas saber o que vem depois.  Você não se sente inseguro ao se deparar com uma nova experiência ou se não sabe o que esperar? E olha que até hoje você já teve milhões de novas experiências, imagine para quem teve apenas algumas poucas? Ai sim as coisas são muito mais assustadoras.  A rotina ajuda nossos filhos a se sentirem seguros, e dessa forma é nosso dever instaurá-la.
   Digo isso não apenas pelas crianças mas pelo bem das mães também.  Porque a rotina te ajuda a “criar” tempo. Se acordarem cedo, como é o caso aqui em casa, o dia flui de uma maneira mais orgânica. Tomam café, brincam lá fora ou vêem TV (depende do clima) e esse é o tempo necessário para arrumar as camas e a casa, até colocar o almoço no fogo, e sabe do melhor, até chegar a hora do almoço eles já estão com fome e eu não preciso ficar me “descabelando” para eles comerem... na verdade é sempre o contrário, eles já estão pedindo pelo almoço às 11h,depois um descansinho e o maior vai pra escola...  À noite é a mesma coisa, chegar da escola, jantar, tomar banho e um tetê e 20:30h eles estão dormindo. Sobra então um tempinho para assistir TV com o maridão. Claro que acabamos dormindo cedo também, para acompanhar o ritmo da casa. E dessa forma, com horários para seguir você não se vê ficando doida sem saber o que fazer agora, uma coisa simplesmente “puxa” a outra.
   Simplificando assim parece tudo mais fácil do que na realidade é, mas, a função da rotina é essa mesma, simplificar sua vida. Essa é a rotina aqui em casa, e cada casa deve ter a sua rotina, levando em conta os horários da casa e as preferências de seus moradores. Mas a idéia é facilitar as coisas e não criar rotinas que não tenham nada a ver com sua vivência, nesse caso a tendência é a rotina ir por terra antes mesmo de ser colocada à prova.  O bom-senso tem que predominar, até mesmo porque não vale ser escravo da rotina, exceções devem existir, até mesmo para dar mais cor ao dia-a-dia que com o tempo e a repetição tendem à ficar um pouco pálido. Vale atrasar a hora de dormir porque o papai chegou com uma surpresa, ou porque é sábado e coisas assim, porque acima de tudo o importante é ser feliz. Com ou sem rotina, isso quem decide é você!

Um comentário:

  1. Excelente comentário, é lógico que sem radicalismo, pois como já dizia sua avó: Onde não há ordem não há progresso. E o que fazer com os ádultos, que estão no papel de educar, conduzir? eles próprios em nome desta tal liberdade confundem tudo.

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